Dimensão Máquinas rompe fronteiras

O torneiro mecânico Francisco Luciano Alves de Jesus começou a trabalhar em 1995, fazendo pequenos serviços, como soldar portões ou engraxar máquinas e equipamentos, em 10 metros quadrados da garagem de casa. “Fazia todo serviço que minhas ferramentas pudessem”, lembra. Inventor por vocação, depois ele começou a construir pequenas máquinas de sucata, que tinha um custo menor para seus clientes.


Em 1999, quando o programa de microcrédito Banco do Povo foi criado, ele tomou um empréstimo de R$ 1 mil para comprar seu primeiro torno mecânico. Na ocasião, lembra, recebeu treinamento do Sebrae e de outras instituições. A produção de máquinas começou a crescer e ele tomou mais dois empréstimos no programa, de R$ 1,5 mil e R$ 2 mil.
O negócio cresceu e se transformou na indústria e comércio de máquinas Dimensão, com 200 metros quadrados, que produz batedeiras e dispersores que atendem diversos segmentos industriais, como o químico, construção civil, automotivo, alimentício e de cosméticos. Os equipamentos podem ser usados para o processamento de líquidos, pastosos e pós na indústria química ou para o processamento de misturas de bolo, argamassas ou tintas.

 


EXPORTAÇÃO


Hoje, ele produz cerca de 8 máquinas por mês, que já foram vendidas para 18 Estados, gera 10 empregos diretos e ainda contrata outras 18 pessoas para trabalhos temporários. De olho no mercado externo, ele colocou duas funcionárias para estudar espanhol e acaba de fazer sua primeira exportação para uma empresa de Puebla, no México. “Agora, vimos que isso é possível e queremos vender mais”, afirma Francisco.


A Dimensão já está em contato com empresas da Venezuela e Chile. Seus produtos são vendidos usando crédito do BNDES, o que ele aprendeu nos treinamentos do Banco do Povo. “Com esse crédito, ampliei minha produção, comecei a abrir as portas de novos mercados, aprendi a comprar e vender e aperfeiçoei minha liderança”, avalia. Hoje, a filosofia de Francisco é investir na constante qualificação de pessoal. Também projeta construir uma fábrica de 1,8 mil metros quadrados.
A torneadora que se transformou numa indústria mecânica é apenas um dos exemplos de pequenos negócios individuais que conseguiram crescer e gerar empregos graças ao impulso do microcrédito. O que parece muito pouco para alguns (os empréstimos no Banco do Povo variam de R$ 300 a R$ 4 mil), acaba sendo uma grande ajuda nas mãos de pequenos empreendedores cheios de sonhos e vontade de crescer.


Desde sua fundação até o último dia 31 de janeiro, o Banco do Povo havia financiado 99.815 projetos, num total de R$ 176,3 milhões em financiamentos (veja quadro). O requisito mais importante para ter acesso ao financiamento de uma máquina, equipamento ou de matérias-primas, é saber trabalhar com o negócio pretendido. “Não adianta chegar aqui dizendo que quer o financiamento para aprender a trabalhar com alguma coisa”, explica o superintendente da instituição, Osmar Antônio de Moura.


O interessado recebe a visita de um consultor, que fará um diagnóstico do potencial do negócio e elaborará um plano de melhoria. Geralmente, a pessoa busca recursos para comprar mais máquinas, equipamentos ou utensílios que ajudem seu negócio a produzir mais e melhor. Um dos resultados é a formalização de muitas empresas, principalmente com a criação do Empreendedor Individual.

Fonte: O Popular

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